
Alguns dos principais fatores causadores de acidentes nas estradas e trechos urbanos estão diretamente associados a derrapagens e travamento de rodas em frenagens de emergência. Quando as rodas travam, especialmente as dianteiras, o motorista perde o controle da direção e o veículo segue em linha reta, mesmo que se tente desviar de obstáculos.
Na tentativa de reduzir o número de vítimas em acidentes, muitas empresas têm dedicado atenção ao desenvolvimento de sistemas de segurança passiva - como barras de proteção lateral e Air Bags - e sistemas de segurança ativa, entre os quais se destacam o Traction Control (TC ou ASR), o Electronic Stability Program (ESP) e o Antiblock Braking System (ABS).
Na Bosch, o sistema ABS está na oitava geração. Pesa 1,6 quilo - quatro quilos a menos em relação aos modelos desenvolvidos no final da década de 80 - e é dotado de um processador eletrônico mais moderno, capaz de trabalhar com um número maior de informações num intervalo de tempo menor.
Atuando em conjunto com o freio convencional, o sistema é, basicamente, composto por uma unidade hidráulica e de processamento, além de sensores que fazem o monitoramento das rodas.
A principal função do dispositivo é garantir que o automóvel obedeça à trajetória determinada pelo motorista, permitindo que o veículo desvie de eventuais obstáculos e reduza o espaço de frenagem. Segundo estudos realizados pela equipe de engenharia da Bosch, um veículo médio equipado com ABS, a 80 quilômetros por hora, precisa de um espaço 20% menor para frear até parar. Ao evitar que as rodas travem durante uma freada brusca, o ABS melhora a performance de segurança do veículo, ajudando a prevenir acidentes.
No ABS, cada roda do veículo é equipada com um sensor de movimento. Toda vez que uma delas ameaça travar, os sensores detectam o problema e enviam a informação para um processador central (igual ao de um computador). Numa fração de segundo, o processador transmite uma ordem para o sistema hidráulico, que imediatamente alivia a pressão dos freios das rodas que ameaçam travar, evitando que o veículo se desgoverne.
Além de fazer constantemente essa detecção, o sistema permite que, em caso de pane total do sistema elétrico, as funções do freio convencional fiquem inalteradas, evitando riscos de perda dos freios se o sistema ABS não estiver em funcionamento.
A consolidação do ABS deu origem a sistemas como o Controle de Tração (ASR ou TC), que tem como princípio monitorar as rodas do veículo e evitar que as elas girem em falso durante uma arrancada, especialmente em piso escorregadio. Outro exemplo é o Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP), cuja função é monitorar a trajetória e inclinação do veículo em relação à direção imposta pelo motorista ao volante e atuar no sistema de freio ou no torque do motor (sem a interferência do condutor) para garantir que o automóvel siga a trajetória desejada.
Módulo Hidráulico
O módulo hidráulico tem a função de realizar o "serviço pesado" do ABS, já que controla a pressão dos freios. O sistema entra em operação sempre que os sensores detectam risco de travamento de algumas das rodas.
Para evitar o bloqueio e, ao mesmo tempo realizar uma frenagem eficiente, o módulo hidráulico alivia a pressão dos freios, devolvendo fluído para o cilindro mestre. Esse processo causa a pulsação, que é sentida pelo motorista no pedal de freio e pode se repetir numa freqüência de até 20 vezes por segundo.
Processador
O processador é considerado o "cérebro" do sistema ABS. Nele, todas as informações transmitidas pelos sensores das rodas são lidas e interpretadas.
Após receber os dados, o processador envia um comando para o sistema hidráulico diminuir a pressão sobre os freios das rodas que ameaçam travar, evitando diferenças de velocidade entre estas e as demais. Desta maneira, o motorista consegue manter o veículo sob controle.
Sensores de velocidade
O sistema ABS é dotado de quatro sensores, instalados um em cada roda. Quando uma delas ameaça travar, os sensores detectam o risco e repassam a informação ao processador. Os veículos mais modernos dotados de ABS possuem um anel magnético, localizado no cubo de roda. Por meio deste dispositivo, o sensor consegue fazer uma leitura precisa da velocidade que a roda está girando e se há risco de travamento durante uma frenagem.
O Sistema Antibloqueio de Frenagem (ABS, na sigla em inglês) é um dos recursos tecnológicos que mais se popularizaram nos últimos anos na indústria automobilística. Na Europa, onde é utilizado há 25 anos, ele equipa 100% dos veículos que saem das fábricas. O dispositivo, que evita que as rodas travem numa freada brusca, evoluiu bastante. Agora, é mais rápido, leve e eficiente.